Após o sucesso do PIX, o Banco Central quer ampliar as formas de pagamentos do país com uma moeda digital. O real digital surge para facilitar os empréstimos mais personalizados para cada perfil de consumidor e para possibilitar a integração com sistemas de pagamentos internacionais, permitindo uma compra em outro país com conversão instantânea de moedas, por exemplo.
Assim como ocorreu no PIX, a implementação deverá ser faseada em três grupos de serviços:
1. A Entrega x Pagamento permitirá que o pagamento de uma compra ocorra simultaneamente à entrega da mercadoria ao comprador;
2. Os pagamentos conectados à internet das coisas, em que máquinas, como a geladeira inteligente, por exemplo, tomam decisões de compras com base no histórico e perfil do seu proprietário; e
3. Tokens, onde ativos de maiores valores são divididos em partes financeiramente mais acessíveis, possibilitando um maior acesso a ativos financeiros ao público em geral.
Contudo, o real digital ainda deve demorar para chegar até o consumidor, pois o Banco Central terá que criar um novo ambiente financeiro, garantindo segurança e proteção de dados a todo o sistema. A moeda virtual será idêntica ao real de papel e terá o mesmo valor, porém só poderá ser utilizada em transações eletrônicas e em pagamentos digitais.
A tecnologia utilizada ainda não está definida, mas já se sabe que estará sob comando do Banco Central, ou seja, será uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês). A expectativa é que, ao final de todo o processo de implementação e testes, já existam possibilidades de uso concretas para serem disponibilizadas no mercado: “(…) a ideia é fazer algumas integrações parciais para ter pilotos específicos e testar com consumidores e provedores de serviços financeiros”, afirma Fábio Araújo, coordenador dos trabalhos sobre o real digital no BC.