O Open Finance consiste em um conjunto de práticas e tecnologias que vêm transformando o mercado financeiro brasileiro, permitindo que os usuários tenham maior controle sobre seus dados e possam compartilhá-los de forma segura e eficiente com outras instituições autorizadas, com o objetivo democratizar o acesso aos serviços financeiros.
Os benefícios do Open Finance estão na mira de outros setores, uma vez que esta abordagem pode ser aplicada em diversas áreas para promover a inovação e melhorar a experiência do usuário. Com o compartilhamento de dados de forma segura e 100% digital, é possível criar novas oportunidades de negócios e gerar insights valiosos que podem ser utilizados por diferentes empresas para aprimorar a oferta de produtos e serviços e revolucionar a experiencia dos consumidores.
O Open X é a combinação do Open Banking, Finance, Insurance e todos os demais “Opens” que podem surgir no futuro próximo, a partir da adoção do modelo de compartilhamento de dados por outros segmentos e setores do mercado.
OPEN HEALTH
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já estudam a implementação do Open Health. Utilizando a mesma tecnologia do Open Finance, o novo ecossistema pode permitir que instituições públicas e privadas compartilhem os dados de pacientes e beneficiários de planos de saúde, para analisar histórico de exames e consultas, além de criar planos de tratamento personalizados em conjunto com outras especialidades. Isso pode melhorar a qualidade do atendimento e permitir uma melhor coordenação entre diferentes prestadores de serviços de saúde.
Os dados a serem compartilhados pela proposta seriam:
- o informações de contato;
- o informações sobre convênios médicos;
- o histórico médico e familiar, como alergias, doenças e medicamentos em uso;
- o histórico de vacinação;
- o imagens médicas e laudos de exames;
- o registros de internação, cirurgias e procedimentos.
OPEN UTILITIES
No setor de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL avalia a implementação de uma normativa similar a do Open Finance, dando aos consumidores o total controle sobre os seus dados e a prerrogativa de compartilhá-los com empresas participantes do mercado, de forma segura e 100% digital.
Com isso, empresas focadas em gestão de energia poderão unificar o controle de informações de diferentes distribuidoras sem ter que instalar medições paralelas, ou pelo menos sem necessidade de duplicar a medição da distribuidora. Empresas de geração distribuída poderão realizar diagnósticos baseados no consumo de forma muito mais fácil e personalizada.
No aspecto da inovação, com o compartilhamento de dados de consumo de energia será possível, por exemplo, ranquear os consumidores por consumo e assim estimular a economia de energia. Isso pode reduzir o risco de inadimplência e melhorar a eficiência do setor elétrico no Brasil.
O conceito “Open” no mercado de energia não é novo. O modelo britânico de Open Energy teve início em 2008, a partir de uma mudança na legislação que regulamentou a instalação de medidores inteligentes. Em 2012, nos EUA, um modelo inicial de Open Energy possibilitou a disponibilização dos dados da conta de luz dos consumidores americanos em um formato interoperável, disponível no site das distribuidoras.
OPEN TELECOM
O Open Telecom já está em implantação no Brasil, mas alguns pontos ainda precisam ser consolidados, como regulatório, fiscal e de incentivos.
No aspecto da inovação, com o compartilhamento de dados será mais fácil e ágil contratar um serviço de streaming, um pacote de dados ou pagar um boleto. Além de simplificar um cancelamento de serviço ou produto, que atualmente gera estresse e inúmeros protocolos.
Resumindo, o Open X pode trazer inúmeros benefícios para diferentes setores da economia. Ao permitir o compartilhamento de dados de forma segura e eficiente, as instituições podem melhorar a eficiência de seus processos, gerar insights valiosos e aprimorar a experiência do usuário.
Com a implementação bem-sucedida do Open X em diferentes áreas, é possível alcançar uma economia mais inclusiva e eficiente, que promova a inovação e a transparência em todo os setores. Além disso, o compartilhamento de dados pode permitir que os governos tomem decisões mais informadas e baseadas em dados, contribuindo para o bem-estar da sociedade como um todo.
Dessa forma, é essencial que as instituições em todas as áreas comecem a explorar as possibilidades do Open X, buscando maneiras de aproveitar o potencial do compartilhamento de dados para gerar valor e impulsionar a inovação em seus setores. Com o tempo, espera-se que o Open X se torne uma peça fundamental para uma economia mais inclusiva e eficiente, beneficiando tanto as instituições quanto os usuários finais.