Na última década observamos uma explosão no número de FinTechs atuando no nosso país. Essas empresas surgiram com a promessa de oferecer melhores serviços financeiros através de plataformas digitais e a partir de um novo olhar voltado à experiência do consumidor. De acordo com o estudo Fintech Report 2022, o Brasil possui hoje pelo menos 1.289 empresas deste segmento.
Ao mesmo tempo, cooperativas de crédito e sociedades de microcrédito também expandiram sua atuação, principalmente pelo interior do país, ocupando um espaço e conquistando um perfil de clientes que esteve, por muito tempo, desatendido pelas grandes instituições financeiras: as micro e pequenas empresas.
Esta transformação no setor financeiro brasileiro só foi possível graças à modernização regulatória promovida pelo Banco Central do Brasil no âmbito da Agenda BC#, que derrubou barreiras, equalizou regras e abriu o mercado para novos entrantes, com o objetivo claro de promover maior competição, principalmente no mercado de crédito.
Uma nova estrutura de mercado, com uma quantidade muito maior de instituições competindo em um ambiente digital e regulado, vem impactando aos poucos o mercado de crédito no Brasil, como demonstram os relatórios publicados pelo Banco Central. No entanto, este impacto tem o potencial de ser ainda maior, na medida em que alguns problemas no ambiente de negócios vêm sendo solucionados, dentre eles, a melhora nas condições de garantias e a redução da assimetria de informações.
O insumo básico para concessão de crédito são os dados históricos e as informações a respeito dos tomadores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. A riqueza e a qualidade das informações determinam a acuracidade dos modelos de análise de risco, impactando diretamente os processos de aprovação, concessão e recuperação de crédito.
É justamente o problema da assimetria de informações que o Open Finance veio resolver. O amplo histórico financeiro dos consumidores brasileiros, necessário para que os novos entrantes destravem a concessão de crédito, esteve, até o momento, de posse apenas dos grandes bancos incumbentes. Agora, com a LGPD e graças ao Open Finance, este histórico está à disposição de todas as instituições participantes das Fases 2 e 4. Basta ter o consentimento do cliente para acessar um universo nunca visto de dados históricos e informações quantitativas e qualitativas, possibilitando decisões de crédito muito mais inteligentes.
A riqueza de informações e a inteligência de dados do Open Finance, combinadas com a tecnologia e a agilidade das FinTechs e com o profundo conhecimento das necessidades dos clientes, característica das cooperativas de crédito e dos bancos de nicho, tem o potencial de destravar o crédito privado no Brasil, aumentar a quantidade de riqueza à disposição dos brasileiros e alçar a nossa economia a um novo patamar.
É extremamente importante que as FinTechs, Cooperativas de Crédito e demais instituições financeiras de médio e pequeno porte, entendam que o Open Finance foi feito para elas, apesar de que hoje ainda são os grandes brancos os responsáveis pela maioria das implementações, já que estes foram obrigados pelo Banco Central a participar de todas as fases desde o início, justamente porque serão eles os grandes provedores de dados históricos e informações para o mercado.
É evidente e compreensível que os investimentos necessários e os custos relacionados à implementação do Open Finance, levaram muitas instituições a se adequar apenas no nível da exigência regulatória (Fase 3 Detentora de Conta). É preciso, no entanto, um entendimento mais profundo do contexto macroeconômico e uma visão estratégica de longo prazo, para que todos compreendam que estamos diante de um verdadeiro mar de oportunidades, e que navegar é preciso.
Aqui na LINA seguimos empenhados em nossa missão de ajudar nossos clientes a superar o desafio regulatório e transformar o Open Finance em novas fontes de receita e em oportunidades de negócios.
